“Todo poder à mulher e a esperança de um Brasil mais equilibrado”,
enfatizou o ministro Marco Aurélio, presidente do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), durante discurso de lançamento da campanha “Mulher na
Política”, em sessão solene do Congresso Nacional, realizada no Plenário
do Senado nesta quarta-feira (19). A campanha – composta de um cartaz e
de um vídeo e um spot, de 30 segundos cada – incentiva as mulheres a
participar da política do país, candidatando-se aos cargos eletivos que
estarão em disputa em outubro deste ano. A iniciativa será veiculada nas
emissoras de rádio e televisão de todo o país a partir desta
quinta-feira (20) até 30 de junho, último dia para que os partidos
realizem suas convenções para a escolha dos candidatos que concorrerão
às Eleições Gerais de 2014.
Em sua fala, o ministro Marco Aurélio citou dados que apontam que
menos de 9% dos parlamentares eleitos para o Congresso Nacional são
mulheres. Além disso, mostrou que o Brasil ocupa o 156º lugar, num total
de 188 países, em relação à representação da mulher no Poder
Legislativo.
O presidente do TSE defendeu o “afastamento do preconceito de
qualquer espécie”, inclusive o preconceito de gênero, e lembrou que a
população brasileira é formada, em sua maioria, por mulheres. Portanto,
segundo o ministro, há a necessidade de uma conscientização maior para
que as mulheres efetivamente ocupem lugares de poder. Nesse sentido, o
presidente do TSE citou que o Ministério Público Eleitoral tem
trabalhado para coibir candidaturas fictícias, que usam as mulheres
apenas para preencher a cota obrigatória de 30% de participação do sexo
com menor representação política nas eleições, na prática, o feminino.
Para o ministro, é preciso que os partidos políticos verdadeiramente
apoiem as candidatas mulheres a fim de que elas tenham condições de se
eleger, e não apenas as usem como “laranjas” para cumprir o que
determina a lei.
Em 1997, a Lei das Eleições (Lei nº 9.504) passou a prever a reserva
de vagas para a participação feminina nos cargos proporcionais –
deputado federal, estadual e distrital e vereador. Em 2009, com a sanção
da Lei n° 12.034 (a primeira minirreforma eleitoral), essa participação
passou a ser obrigatória. O novo texto, que consta do parágrafo 3º do
artigo 10 da Lei nº 9.504, estipula que sejam preenchidas (e não apenas
reservadas) “as candidaturas com o mínimo de 30% e o máximo de 70% de
cada sexo”.
O ministro Marco Aurélio fez um apelo para que a Constituição Federal
seja observada no que diz respeito aos fundamentos que preveem a
cidadania, a dignidade da pessoa humana, o pluralismo político e a
construção de uma sociedade livre, justa e solidária. “Conclamo a todos,
especialmente os partidos políticos, para que avancemos socialmente e
observemos a lei das leis”, disse.
Senado
O presidente do Senado, Renan Calheiros, parabenizou a iniciativa do
TSE e destacou que, do ponto de vista da publicidade, nunca se fez algo
voltado para a participação das mulheres nas eleições. “Obrigado por
lançar aqui no Senado essa campanha. A política não pode ser o reduto em
que os homens sejam eternamente a maioria”, sustentou, ao destacar que
essa realidade mostra que ainda temos um longo caminho a percorrer
quando se trata das questões de gênero. “Que as mulheres atendam a esse
chamado para que juntos possamos construir um país melhor e sem
discriminação”, afirmou.
Procuradoria da Mulher no Senado
A senadora Vanessa Grazziotin, que comanda a Procuradoria da Mulher
no Senado Federal, afirmou que é “muito comum as mulheres falarem de sua
luta, mas o que não é comum é os homens falarem desta luta”. A senadora
lembrou que a mulher representa mais de 40% da força de trabalho ativa
no Brasil e mais da metade do eleitorado e da população, mas a
representatividade da mulher no parlamento é de menos de 10%.
Vanessa Grazziotin cumprimentou o TSE pela iniciativa, por adotar uma
campanha de estímulo à mulher na política. “Não podemos mais conviver
com as mulheres subrepresentadas no parlamento brasileiro”, disse a
senadora. Ela ainda citou Michelle Bachelet, presidente do Chile, ao
dizer que “quando uma mulher entra na política, muda a mulher, mas
quando várias mulheres entram na política, muda a política”. “Queremos
mudar a política em favor de um país mais desenvolvido, a favor de uma
nação que veja como prioridade a qualidade de vida da sua gente”,
finalizou.
Também ocuparam a tribuna as deputadas federais Elcione Barbalho e Jô
Moraes e a ministra Eleonora Menicucci, da Secretaria de Políticas para
as Mulheres. Procuradora da mulher na Câmara dos Deputados, Elcione
Barbalho destacou que “é um grande avanço para a luta política das
mulheres, mas principalmente para a cidadania brasileira, o lançamento
da primeira campanha pública de rádio e de televisão que incentiva a
igualdade de participação de mulheres e homens nas próximas eleições”.
Coordenadora da bancada feminina na Câmara, a deputada Jô Moraes
afirmou que “esse é um momento simbólico porque as nossas conquistas
legais saem da letra fria da lei e dos solitários gabinetes e vêm para a
voz das instituições. A Presidência do TSE fala à sociedade que é
preciso dar voz à metade da população”.
Eleonora Menicucci afirmou que vivemos no século das mulheres.
“Estamos no mercado de trabalho, estamos enfrentando a violência contra
as mulheres em todos os níveis, estamos ocupando cadeiras nos tribunais,
mas a representação na política não reflete o protagonismo da mulher na
sociedade brasileira”, observou.
A solenidade contou, ainda, com a participação de integrantes do TSE,
como as ministras Laurita Vaz e Luciana Lóssio e os ministros Henrique
Neves, Admar Gonzaga e Tarcísio Vieira de Carvalho, além de diversos
parlamentares das duas casas legislativas.
Fonte: www.tse.jus.br
Está na hora de pensarmos maior e deixar as desavenças e picuinhas políticas de lado, darmos as mãos e juntos buscarmos um futuro melhor para a nossa tão querida Toledo.
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