Uma
manifestação pacifica contra o Fracking foi o que ocorreu na tarde
de hoje em Toledo. A copel se pronunciou dizendo que a princípio o
que deve ser feito é um estudo sobre as condições do solo.
“Não
ao Fracking”! Com este grito na garganta, mais de dois mil
toledanos foram às ruas para protestar pacificamente contra o método
de exploração do gás de xisto, por meio do fraturamento hidráulico
- Fracking. Estudantes, produtores rurais, vereadores e até mesmo o
prefeito Beto Lunitti (PMDB) percorreram um percurso de pouco mais de
1km, com saída da Prefeitura até à Copel para pedir aos
responsáveis que não apliquem este método na região Oeste do
Paraná.
O
presidente da Copel de Toledo, Jair Benke recebeu os manifestantes e
se pronunciou alegando que á principio o que deve ser feito é um
estudo sobre a viabilidade do fraturamento na região. “Nós não
vamos iniciar a extração de imediato, mas vamos fazer todo um
estudo sobre as condições do solo em receber tal método”,
declarou.
O
prefeito Beto Lunitti disse que apóia o movimento e que fará o
possível para impedir que o Fracking aconteça no município. “Nós
queremos, sim,energias renováveis de qualidade, mas priorizamos a
qualidade da nossa água e agricultura. Fraturamento Hidráulico em
Toledo, não”, declarou.
Não
só o executivo, como também o legislativo se posicionou favorável
às manifestações. Devidamente uniformizados com camisetas com os
dizeres “Movimento contra o Fracking: Diga não à exploração do
gás de xisto no Paraná”, os 19 vereadores também foram às ruas.
Sueli Guerra (PMDB) afirmou que a mobilização coletiva é uma das
mais importantes formas de demonstrar a todos os poderes qual é a
vontade do povo. “E se a vontade do povo não for prioridade para
os nossos governantes, então não estamos tendo uma gestão de
qualidade em nosso estado. Precisamos nos unir, enquanto população
para que nossas terras não sejam alvo desta ameaça”, pontuou.

Processo
Em novembro de 2013 foi
feito um leilão pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) das terras
da região oeste do Paraná para a exploração por meio do Fracking.
O método consiste na perfuração do solo por mais de kms de
extensão para a retirada do gás. O problema é que o xisto está a
aproximadamente 500m a baixo do Aquífero Guarani e a sua retirada
deve contaminar as águas da região, comprometendo assim, a
qualidade da produção alimentícia.
Com interesse nesse
método, a Copel uniu-se à multinacionais para a extração. Bayar,
Petra e Tucuman, são exemplos de indústrias interessadas na
exploração. A concessão para a Copel está marcada para o dia 5 de
junho, próxima sexta-feira.
Baixo Assinado
Na região oeste a
Associação de Câmaras do Oeste do Paraná (Acamop) tem organizado
um baixo assinado contra o método. A intenção é conquistar cerca
de 1 milhão de assinaturas até o dia 5 de junho. Em Toledo o
documento está circulando em órgãos públicos, empresas e unidades
educacionais.
Processo Judicial
O Ministério Público
Federal (MPF) em Cascavel propôs ação civil pública para que
sejam suspensos os efeitos decorrentes da 12ª Rodada de Licitações
realizada pela ANP, na Bacia do Rio Paraná. De acordo com o MPF, a
ação é necessária em vista dos potenciais riscos ao meio
ambiente, à saúde humana e à atividade econômica regional, além
de vícios que anulariam o procedimento licitatório. A ação foi
proposta em 20 de maio contra ANP, Copel, Petrobras, Bayar, Cowan
Petróleo, Petra Energia e Tucumann Engenharia.
O MPF pede que seja
concedida liminar para suspender imediatamente os efeitos da rodada
de licitações na bacia do Rio Paraná (setor SPA-CS) até a
realização de estudos técnicos que demonstrem a viabilidade, ou
não, do uso da técnica do fraturamento hidráulico em solo
brasileiro, com prévia regulamentação do Conselho Nacional do Meio
Ambiente (Conama). Além disso, pede especial ênfase na realização
e publicidade da Avaliação Ambiental de Áreas Sedimentares (AAAS),
cujos resultados deverão vincular a possível exploração dos
correspondentes blocos, oportunizando-se adequadamente a participação
técnica e das pessoas que serão impactadas diretamente pela
exploração, como os moradores da Terra Indígena Xetá e da
comunidade quilombola Manoel Ciríaco dos Santos, que não foram
consultados previamente, em violação à Convenção 169 da
Organização Internacional do Trabalho (OIT).
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