terça-feira, 3 de junho de 2014

Mais de duas mil pessoas protestam contra o Fracking em Toledo



Uma manifestação pacifica contra o Fracking foi o que ocorreu na tarde de hoje em Toledo. A copel se pronunciou dizendo que a princípio o que deve ser feito é um estudo sobre as condições do solo.

“Não ao Fracking”! Com este grito na garganta, mais de dois mil toledanos foram às ruas para protestar pacificamente contra o método de exploração do gás de xisto, por meio do fraturamento hidráulico - Fracking. Estudantes, produtores rurais, vereadores e até mesmo o prefeito Beto Lunitti (PMDB) percorreram um percurso de pouco mais de 1km, com saída da Prefeitura até à Copel para pedir aos responsáveis que não apliquem este método na região Oeste do Paraná.
O presidente da Copel de Toledo, Jair Benke recebeu os manifestantes e se pronunciou alegando que á principio o que deve ser feito é um estudo sobre a viabilidade do fraturamento na região. “Nós não vamos iniciar a extração de imediato, mas vamos fazer todo um estudo sobre as condições do solo em receber tal método”, declarou.
O prefeito Beto Lunitti disse que apóia o movimento e que fará o possível para impedir que o Fracking aconteça no município. “Nós queremos, sim,energias renováveis de qualidade, mas priorizamos a qualidade da nossa água e agricultura. Fraturamento Hidráulico em Toledo, não”, declarou.
Não só o executivo, como também o legislativo se posicionou favorável às manifestações. Devidamente uniformizados com camisetas com os dizeres “Movimento contra o Fracking: Diga não à exploração do gás de xisto no Paraná”, os 19 vereadores também foram às ruas. Sueli Guerra (PMDB) afirmou que a mobilização coletiva é uma das mais importantes formas de demonstrar a todos os poderes qual é a vontade do povo. “E se a vontade do povo não for prioridade para os nossos governantes, então não estamos tendo uma gestão de qualidade em nosso estado. Precisamos nos unir, enquanto população para que nossas terras não sejam alvo desta ameaça”, pontuou.
Ao final do manifesto, flores foram jogadas nas dependências da Copel e cartazes colados nos muros. A intenção das flores, conforme informou Sueli é uma demonstração simbólica que de que o estado precisa de vida. “Essas flores não são nada mais, nada menos do que a representação de que não queremos este método tão agressivo em nossa região”, finalizou.

Processo
Em novembro de 2013 foi feito um leilão pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) das terras da região oeste do Paraná para a exploração por meio do Fracking. O método consiste na perfuração do solo por mais de kms de extensão para a retirada do gás. O problema é que o xisto está a aproximadamente 500m a baixo do Aquífero Guarani e a sua retirada deve contaminar as águas da região, comprometendo assim, a qualidade da produção alimentícia.

Com interesse nesse método, a Copel uniu-se à multinacionais para a extração. Bayar, Petra e Tucuman, são exemplos de indústrias interessadas na exploração. A concessão para a Copel está marcada para o dia 5 de junho, próxima sexta-feira.

Baixo Assinado
Na região oeste a Associação de Câmaras do Oeste do Paraná (Acamop) tem organizado um baixo assinado contra o método. A intenção é conquistar cerca de 1 milhão de assinaturas até o dia 5 de junho. Em Toledo o documento está circulando em órgãos públicos, empresas e unidades educacionais.

Processo Judicial
O Ministério Público Federal (MPF) em Cascavel propôs ação civil pública para que sejam suspensos os efeitos decorrentes da 12ª Rodada de Licitações realizada pela ANP, na Bacia do Rio Paraná. De acordo com o MPF, a ação é necessária em vista dos potenciais riscos ao meio ambiente, à saúde humana e à atividade econômica regional, além de vícios que anulariam o procedimento licitatório. A ação foi proposta em 20 de maio contra ANP, Copel, Petrobras, Bayar, Cowan Petróleo, Petra Energia e Tucumann Engenharia.

O MPF pede que seja concedida liminar para suspender imediatamente os efeitos da rodada de licitações na bacia do Rio Paraná (setor SPA-CS) até a realização de estudos técnicos que demonstrem a viabilidade, ou não, do uso da técnica do fraturamento hidráulico em solo brasileiro, com prévia regulamentação do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Além disso, pede especial ênfase na realização e publicidade da Avaliação Ambiental de Áreas Sedimentares (AAAS), cujos resultados deverão vincular a possível exploração dos correspondentes blocos, oportunizando-se adequadamente a participação técnica e das pessoas que serão impactadas diretamente pela exploração, como os moradores da Terra Indígena Xetá e da comunidade quilombola Manoel Ciríaco dos Santos, que não foram consultados previamente, em violação à Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

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