Secretária Inês Magalhães coordena debate sobre experiências de integração residencial urbana

O
professor da Pontifícia Universidade Católica do Chile, Francisco
Sabatini, expôs o estudo realizado em conjuntos habitacionais do Chile e
do México.
O
doutor em planejamento urbano, Sabatini contou que o primeiro desafio
encontrado nesses espaços foi a comunicação com os centros urbanos. Os
conjuntos habitacionais estavam localizados em áreas da periferia
urbana, o que gerou problemas de acessos aos serviços públicos e
empregos. “Essa política pública contribuiu para tornar esses locais uma
espécie de gueto, inclusive com questões envolvendo entorpecentes”,
disse.
De
acordo com Sabatini, no Chile houve um programa de habitação que não
considerava a composição social da cidade. Eram misturadas diferentes
classes sociais com residências que se diferenciavam de acordo com o
poder aquisitivo do proprietário. “Mesmo assim ainda era uma política
de sucesso porque quem estava incomodada era uma minoria”, explicou.
Zonas de interesse social
A
professora de arquitetura e urbanismo da Universidade de São Paulo
(USP), Paula Freire Santoro, falou sobre as Zonas Especiais de Interesse
Social (Zeis). Segundo ela, as Zeis se dividem em dois grupos:
regularização e de vazio. A principal diferença é que as Zeis de
regularização são áreas já ocupadas por assentamentos informais e as
Zeis de vazio são áreas vazias em regiões já urbanizadas. "As cidades
brasileiras, especialmente nos anos 1980, foram construídas sob o modelo
de exclusão territorial, com o afastamento da população de baixa renda
das áreas centrais, concentrando nas áreas periféricas”, definiu.
Para
Paula Santoro, as zonas de interesse social são como um reconhecimento
do direito à moradia e servem como prevenção a despejos forçados. De
acordo com a professora, São Paulo é um exemplo marcante da iniciativa.
“Lá, o plano diretor das Zeis foi implantado em 2002 e incluía 964 áreas
de interesse social, divididas entre Zeis 1 e 2, que eram locais
ocupados por favelas e assentamentos, e Zeis 3 e 4, que correspondiam às
áreas vazias ou subutilizadas”, recorda.
Segundo
a especialista, os principais desafios das Zeis são superar a ditadura
do “maior e melhor uso”. Esta prática defende a utilização de locais
nobres para a construção de shoppings e centros comerciais, assim como,
assegurar a viabilidade e sustentabilidade das habitações de interesse
social em áreas mais valorizadas.
Assessoria de Comunicação Social
Ministério das Cidades
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