
O
debate foi presidido pela assistente social, responsável pela
Secretaria de Políticas para Mulheres, Jaqueline Fernanda Machado, que
afirmou que a temática do Bolsa Família foi escolhida a partir dos
resultados de autonomia econômica conquistado pelas mulheres, a partir
do programa. “Os dados nos revelam que com o bolsa família as mulheres –
que já eram chefes da maioria das famílias – estão cada dia mais,
conquistando o seu espaço”, declarou.
Quem
abriu a roda de debate foi a coordenadora do Sistema Único de
Assistência Social (SUAS), Solange Silva dos Santos Fidélis, que
rapidamente fez uma explanação sobre as questões de gênero e
patriarcalismo. Segundo ela, a discussão ainda precisa ser lembrada
dentro da sociedade, de maneira que traga a valorização da mulher. O
patriarcalismo que por muito tempo regeu a legislação nacional, em que,
as estruturações e organizações de poder estiveram sempre com o pai, ou
seja, o homem, foi apontado por Solange como paço de mudança. “Isso
sempre mexeu com a toda a história da humanidade e a estrutura social.
Entretanto, hoje, vemos que essa realidade está mudando”, afirmou.
O Bolsa Família em Toledo
Dados
relevantes do Programa Bolsa Família no município de Toledo, também
foram apresentados pela Coordenadora do Cadastro Único (CadÚnico),
Rosemara Oliveira. Segundo ela, ainda existem muitos questionamentos
feitos em relação ao programa de maneira preconceituosa. “O problema é
que são poucas as pessoas que conhecem o programa a fundo, de maneira
que possa contribuir. Não só hoje, mas ao longo de todos os anos de
existência do Bolsa Família, ele sempre foi alvo de preconceito”,
revelou.
O
Programa Bolsa Família tem como objetivo atender às famílias
vulneráveis e de extrema pobreza. Garantir o acesso à educação, saúde e
alimentação é o principal foco deste que veio para substituir todos os
benefícios já existentes, como foi o caso do Bolsa Escola, Bolsa
Alimentação, Cartão Alimentação e Vale Gás. Para receber o benefício é
preciso estar cadastrado no CadÚnico e possuir renda mensal inferior ao
valor de R$ 154,00. Famílias que sobrevivem com renda de até R$ 77,00
são classificadas como na linha de extrema pobreza e possuem prioridade.
Conforme
Rosemara, o município de Toledo possui 12.800 famílias cadastradas no
programa. Dessas, 10.962 são chefiadas por mulheres. O número
corresponde a pelo menos, 87% do total de cadastros e fica atrás da
média nacional que corresponde a 93% do total. “A autonomia das mulheres
é evidente diante dos dados que se consolidam nas pesquisas. O bolsa
família, garante hoje, para essas líderes familiares a conquista da sua
cidadania”, defendeu.
Debate
Aberto
o ciclo de debate, a vereadora Sueli Guerra (PMDB) defendeu o programa
Bolsa Família, a partir da perspectiva da realidade social dos cidadãos
que recebem o benefício. “A falta de contato com aquilo que realmente
acontece com as pessoas que recebem o B.F, acredito que seja o fator
determinante do preconceito que o programa ainda sofre. Falar daquilo
que não se conhece é muito fácil, difícil mesmo, é conhecer a realidade e
encará-la com ações de combate”, afirmou.
Já
o vereador Adriano Remonti (PT) declarou que a visão das pessoas de
vêem o programa de fora ainda é muito limitada. “As pessoas estão
focadas em saber o destino do dinheiro, após ele ser entregue às
famílias, mas o entendimento do programa só acontece quando todo o
processo é observado”, finalizou.
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