Tribuna
livre foi concedida aos educadores como ato democrático minutos
antes do início da sessão. Vereadores/as votaram ainda moção de
repúdio ao Governador Beto Richa (PSDB) e aos Deputados Estaduais
que votaram em favor do "Pacotaço das maldades"
Professores
e professoras da rede estadual de ensino ocuparam o Auditório e
Plenário Edílio Ferreira da Câmara Municipal de Toledo, na tarde
de ontem, dia 23 de fevereiro. O presidente do legislativo, Ademar
Dorfschmidt (PMDB) abriu espaço em tribuna livre para que os
professoras/as em greve pudessem se pronunciar. Vereadores e
Vereadora também tiveram a oportunidade da fala minutos antes de
iniciar a sessão ordinária.
Os
professores/as que ocuparam a tribuna demonstraram indignação com
as atitudes do governo do estado em relação ao P.L nº 06/2015 e
P.L.O 60/2015. As alterações nos direitos do professores foram
denominados de “Pacotaço das Maldades”. O projeto foi retirado
de votação após a ocupação feita pelos professores em greve na
Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) semanas antes. Até o
momento nenhuma medida foi tomada por parte do governo do estado.
Ao
usar a tribuna, a professora e Secretaria Educacional da APP
Sindical, Marilene Gaudino Camillo exigiu explicações referentes às
palavras do governador Beto Richa (PSDB) que, segundo ela, em mesa de
negociação prometeu não alterar os direitos dos educadores.
“Esperamos o mínimo de credibilidade do governo estadual para
cumprir com aquilo que promete”, declarou.
Já
a professora Silvana Sanches puxou a orelha dos legisladores/as.
Segundo ela, a presença dos vereadores/as é fundamental nesse
movimento. “Em vários municípios vizinhos nós vimos os políticos
indo para as ruas e aderindo a luta juntamente com os professores e é
isso que nós esperamos que aconteça em Toledo, também”, cobrou.
“Nós estamos aqui pedindo socorro! Vamos nos orientar e cobrar de
nossos legisladores. A luta precisa ir além do papel”, desabafou
Silvana.
Moção
de Repúdio
Após
os pronunciamentos dos educadores, iniciou a sessão ordinária que
trouxe para votação dois requerimentos de repúdio aos Deputados
que votaram em favor da aprovação do “pacotaço das maldades” ,
em nome da Vereadora Sueli Guerra (PMDB) e com apoio dos vereadores
da base aliada. Os mesmos também apresentaram moção de repúdio ao
Governador Beto Richa pela forma truculenta que recebeu os
professores. Se
em 30 de agosto de 1988 o governo Álvaro Dias (PSDB)
manchou a história do Paraná ao ordenar que a polícia avançasse
com cavalos, cães e bombas de efeito moral contra docentes que
reivindicavam seus direitos, desta vez o governo Beto Richa deixa
mais uma marca da repressão do Estado na história do Paraná. 12 de
fevereiro de 2015 e a tropa de choque avança com cães, balas de
borracha e bombas de efeito moral contra os educadores.
O
vereador Neudi Mosconi (SDD) alegou que está fazendo negociações
com as secretarias estaduais para tentar rever as questões dos
educadores paranaenses. Sueli Guerra rebateu as informações do
vereador e foi aplaudida pelos educadores/as ao informar que o
repúdio foi uma solicitação da APP Sindical em que boa parte dos
vereadores, inclusive Mosconi haviam se comprometido em assinar. “O
discurso é bonito, mas na prática nem sempre acontece. Nesse caso,
um belo exemplo é o vereador Mosconi que se propôs a assinar o
documento e nada fez”, declarou Sueli.
O
vereador Adriano Remonti (PT), líder da base do governo declarou que
o PT votaria fechado em favor das duas moções de repúdio. Já o
vereador Luiz Fritzen (PP) alegou que essa é uma atitude que pode
ser muito perigosa e pode complicar as relações do município com o
estado. “Temos um Hospital Regional que poderia ser de
responsabilidade do Estado, por isso precisamos agir com cautela.
Talvez repudiar o governo Beto Richa não seja a melhor opção”,
afirmou. Seguindo a mesma linha de Fritzen, Rogério Massing (PSDB)
sugeriu que ao invés de enviar uma moção de repúdio, fosse feito
um voto de apoiamento à greve. “Assim todos nós poderíamos
assinar”, defendeu.
Vereadores apoiam movimento dos professores

Já o vereador Marcos Zanetti (PT)
lembrou que se existe algo neste país, pela qual se deve lutar é a
educação. Ele ainda comparou os cortes dos salários dos
professores com os recentes reajustes do auxílio moradia dos juízes
paranaenses. “Se um salário de juiz de R$ 25.000,00 não é digno
de moradia, então não é por falta de dinheiro que a educação
está com o pé na lama e sim por falta de gestão”, desabafou.
Outro que demonstrou apoio à luta
foi o vereador Edinaldo Santos (PSC). Em seu pronunciamento ele
lembrou que sempre estudou em escola pública e está ao lado dos
educadores. “Queremos que os professores saíam vencedores dessa
luta”, afirmou.

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